sábado, 20 de setembro de 2008

BANCANDO LITERATURA!

Sexta-feira, até que fim fui tomar posse do meu cargo de ACD, do concurso da prefeitura de Barreias, cidade onde moro. Depois de ter resolvido tudo: Prefeitura, RH e Secretaria de Saúde, fui até o Banco do Brasil para regularizar minha conta, para receber meu 1º salário de funcionária pública rsrsrsrsrs
Bem, assim que entrei na agência, percebi uma movimentação estranha; jovens encenando peças teatrais... Achei o máximo. Um projeto da Uneb, ao encentivo á leitura!
Aqui está um dos textos encenados pelos aluno:

INIMIGOS

O apelido da Maria Tereza, para o Noberto, era " Quequinha". Depois do casamento, sempre que queria contar para os outros uma da sua mulher, o Noberto pegava sua mão, carinhosamente, e começava:
_ Pois a Quequinha...
E a Quequinha, dengosa, protestava:
_ Ora, Beto!
Com o passar do tempo, o Noberto deixou de chamar a Maria Tereza de Quequinha. Se ela estivesse ao seu lado e ele quisesse se referir a ela, dizia:
_ A mulher aqui...
Ou, ás vezes:
_ Esta mulherzinha...
Mas nunca mais Quequinha.
( O tempo, o tempo. O amor tem mil inimigos, mas o pior deles é o tempo. O tempo ataca em silêncio. O tempo usa armas químicas).
Com o tempo, Noberto passou a tratar a mulher por "ela".
_ Ela odeia o Charles Bronson.
_ Ah, não gosto mesmo.
Deve-se dizer que o Noberto, a esta altura, embora a chamasse de ela, ainda usava um vago gesto da mão para indicá-la. Pior foi quando passou a dizer "essa aí" e a apontar com o queixo.
_ Essa aí...
E apontava com o queixo, até curvando a boca com um certo desdém.
( O tempo, o tempo. O tempo captura o amor e não o mata na hora. Vai tirando uma asa, depois a outra...).
Hoje, quando quer contar alguma coisa da mulher, o Noberto nem olha em sua direção. Faz um maneio de lado com a cabeça e diz:
_ Aquilo...


Luís Fernado Veríssimo.

O PARADOXO DO NOSSO TEMPO

Hoje temos edifícios mais altos mais pavio mais cutos...
Temos auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos...
Gastamos mais, mas temos menos...
Compramos mais, mas desfrutamos menos
Temos casas maiores, mas famílias menores
Temos mais conhecimentos e menso poder de julgamento...
Temos mais medicina e menos saúde
Hoje bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma excessiva, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos facilmente...
Ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais...
Multiplicamso nossas posses, mas reduzimos nossos valores
Falamos demais, amos raramente e odiamos com frequência...
Aprendemos a ganhar a vida, mas não vivemos essa vida...
Fazemos coisas maiores, mas não coisas melhores
Limpamos o ar, mas poluímos a alma...
Escrevemos mais, mas aprendemos menos
Planejamos mais, mas realizamos manos
Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência
Temos maiores rendimentos, mas menos padrão moral
Temos avanços na quantidade, mas não na qualidade...
Esses são tempos de refeições rápidas e digestão lenta
De homens altos e caráter baixo
De lucros expressivos mas relacionamentos rasos
Mais lazer, mas menos diversão
Maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição
São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade também descartável e pílula que fazem tudo: alegrar, aquietar, matar...
Autor Desconhecido!